quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Evandro prado




Evandro Prado tem 22 anos e um currículo de causar inveja em muitos artistas. Ele já foi selecionado para participar do 5º Salão de Artes do Sesc Amapá e foi escolhido agora para participar do 59º Salão de Abril em Fortaleza, o único representante do Centro Oeste. Seus quadros são conhecidos pelas polêmicas que causaram, mas ele garante que a única coisa que quer é provocar a sociedade.

Portal MS: Por que você teve interesse em fazer arte?

Eu sempre gostei de arte desde muito novo, ainda sou novo. Desde muito pequeno, não eu sou pequeno (risos). Desde muito criança. Eu comecei a fazer aulas de pinturas com uns 12 anos, depois veio a faculdade que eu quis fazer de arte e hoje eu sobrevivo disto. Dizem que arte a gente não escolhe fazer, já está dentro da pessoa.

Portal MS: O seu estilo de pintar veio das técnicas que aprendeu na faculdade?

Na realidade não, eu fui buscar fora da faculdade, lendo livros, indo à exposições de artistas. A faculdade ajuda sim, mas não foi ela que deu o meu estilo.

Portal MS: Você fez exposições polêmicas, por que isto?

Mas elas não eram para ser polêmicas, eu nem imaginava que ia acontecer isto. Pode até ter sido ingenuidade minha, mas não espera tudo que ocorreu. Processo, críticas vindas da Igreja, artistas dizendo que só quero aparecer, políticos querendo interromper minha exposição. Eu não quero criticar exatamente à Igreja, e sim represento a maioria da população, que são católicas.

Portal MS: Mas como você achava que não ia dar polêmica um quadro usando a coca cola, política e a igreja?

Eu não esperava mesmo. Quando eu comecei a pintar amigos meus viam os quadros e achavam bons, mas chocantes e fortes. Mas assim que eu explicava o que o quadro queria dizer acaba a polêmica e o espanto. Então, quando veio toda a repercussão foi inesperado.

Portal MS: Por que você escolheu temas como político, o religioso e para representar a industrialização escolheu a coca cola?

São influências que eu sempre tive. Eu sempre achei a iconografia católica muito bonita, imagens de santos, a coisa do sagrado, sempre mexeu muito comigo. Adorava ir nas igrejas, ir em cemitérios ver os túmulos, achava lindo aquelas coisas. A estética do sagrado, a estética da igreja católica sempre me chamou muito atenção. Com relação a política, eu sempre gostei, desde muito jovem. Adoro assistir horário político, desde os sete anos de idade eu assisto. E a política, quando eu coloco questões ligadas ao socialismo, o capitalismo, são assuntos que me interessam muito, que eu gosto de ler. São as minhas influências estes temas. As pessoas perguntam muito porque eu faço esses temas de igrejas, quando é que eu vou mudar meus temas. Eu não estou falando sobre a igreja em si, eu uso essa iconografia católica para representar a nossa sociedade, uma sociedade cristã, a maioria dos brasileiros são católicos. Então, na verdade meu trabalho não fala da igreja, nem do catolicismo, o catolicismo vem como símbolo dessa sociedade. Quando eu fiz a série "Habemus Cocam" eu não estava falando nem da igreja, nem da coca, eu estou falando do consumismo, mas eu uso esta simbologia para falar de outra coisa, uso a simbologia para chamar a atenção.






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