quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Evandro Prado


Evandro Prado tem 22 anos e um currículo de causar inveja em muitos artistas.Eu sempre gostei de arte desde muito novo, ainda sou novo.
A crítica ao modo de produção capitalista, onde a propaganda é ferramenta fundamental para a venda e o consumo em massa de produtos, é uma das questões importantes presentes na série. Para o artista “o capitalismo é inversão de valores, o mundo colorido, alegre e brilhante que ele vende, na verdade não existe”.
Faz menção ao que Frei Betto chama de “religião de consumo”, outro conceito que sustenta as idéias abordadas na série. Aqui ícones católicos se fundem com a marca Coca-Cola, criando situações que passam pela diversão e pelo estranhamento. Essas marcas constituem uma nova religião?
A pintura Habemus Cocam, que dá nome à série, retrata uma cena do funeral do Papa João Paulo II que aparece com uma garrafa de coca-cola nas mãos. Como entender a ousada ligação aqui proposta? E se ao final do ritual de eleição de um novo Papa o Vaticano proclama Habemos Papam, Evandro anuncia e critica um capitalismo que corrompe, que a tudo envolve e controla. Mostra que a religião não foge a tudo isso e ressalta a igreja católica como um dos grandes símbolos do poder, com alcance em todas as áreas do conhecimento.
“Sagrada Coca-Cola de Jesus” e “Sagrada Coca-Cola de Maria”. Em “Nossa Senhora Coca-Cola” uma garrafa é coberta com o mesmo manto azul da santa cristã.
Dessa forma Evandro Prado vai externando suas idéias e inquietações. Faz uso da arte para subverter aquilo que consideramos como “politicamente correto”. Um jovem artista que, com uma obra efervescente, plena de vitalidade, procura sempre em seu caminho mais questionar do que dar respostas.

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